As pessoas achavam que pessoas ouviam vozes que não existiam e rotulavam isso de “loucura”. Pesquisas utilizando técnicas que permitem observar o cérebro em funcionamento (ressonância magnética funcional) mostram que, quando uma pessoa tem uma alucinação auditiva, existe uma alteração nos padrões de funcionamento do cérebro e, por isso, quem ouve as vozes percebe como estímulos reais.
A dificuldade do portador de esquizofrenia está em perceber que as vozes não são geradas no meio ambiente, mas no cérebro que ocorre ativação das áreas cerebrais ligadas a audição e a linguagem.
O delírio que é um outro sintoma característico da doença, se caracteriza por uma ideia pouco provável, mas que para pessoa se constitui em uma certeza absoluta e se torna o centro da vida.
Até pouco tempo, não se sabia por que as pessoas tinham delírios, com o surgimento de técnicas especiais de imagem, tornou-se possível investigar alguns neurotransmissores no cérebro. As pesquisas mostraram que portadores de esquizofrenia apresentam um aumento de dopamina cerebral quando estão apresentando sintomas como delírio. A dopamina é um neurotransmissor que tem a função de determinar a importância que damos as coisas que percebemos e pensamos, processo chamado de “saliência”. Portanto, o aumento da função da dopamina leva uma atribuição de importância exagerada as ideias que são pouco prováveis de existir.
Apesar desses exames não serem utilizados na prática clínica, eles contribuem muito para um conhecimento mais aprofundado da doença e no desenvolvimento de medicações mais eficientes.
Forte abraço,
Gleize Fonseca – CRP 06/112812
Referência:
ASSIS, Jorge Cândido de; BRESSAN, Rodrigo Affonseca; VILLARES, Cecilia Cruz. Conversando sobre a esquizofrenia. São Paulo: Segmento Forma, 2008.